Milli Modas

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sábado, 24 de novembro de 2012

O Círio de Nossa Senhora de Nazaré A Festa da Fé


Amanhã, a Virgem de Nazaré será conduzida pelas ruas de São Miguel do Guamá, nos braços daqueles que acreditam nas promessas de Cristo. Sob forte emoção os fieis irão assistir as missa que antecederá o inicio da procissão. Durante o trajeto a Mãe de Jesus receberá muitas homenagens de seus filhos. São esperadas Mais de 100 mil pessoas que acompanharão a berlinda com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré pelo percurso de aproximadamente quatro quilômetros.
Uma das particularidades do Círio em São Miguel é o fechamento da rodovia Belém-Brasília a BR-010 para que a procissão possa seguir, uma multidão toma conta da estrada. A devoção a Nossa Senhora de Nazaré está enraizada na fé de todo o paraense. Em São Miguel espera-se muito por esse momento.
Após a missa campal e bênção de Nossa Senhora os organizadores da festa lembram que a festividade ainda não acaba. Segue durante a semana com o terço da alvorada e as novenas seguidas de missa, com programação especial, dentre outras atividades.
Cruza vermelha
A Cruz Vermelha se fará presente em todo o percurso da procissão para atender os casos mais comuns em grandes aglomerações, exercendo suas atividades humanitárias livremente. 
Círio de São Miguel do Guamá
O Círio de Nossa Senhora de Nazaré em São Miguel do Guamá, é a maior festa religiosa do município, um Patrimônio Cultural do Estado do Pará e é o terceiro maior círio do estado, e teve seu inicio no dia 14 de Novembro de 1948. Seu fundador foi o Padre Ângelo Maria de Bernad, um padre italiano muito querido pela população Guamaense, que morou na cidade desde o ano de 1935 até o dia de sua morte, e seu corpo foi enterrado no cemitério São Jorge em São Miguel do Guamá.
Como surgiu o círio
O Círio em São Miguel surgiu a partir do descontentamento do Vigário da Basílica de Nazaré em Belém, seu Padre Afonso de jorjura, que segundo relatos, alguns abusos vinham surgindo por parte de artistas que vinham do Sul do pais para o círio de Belém, apenas para ganhar dinheiro com  apresentações escandalosas, que começou a abalar a moral e desviando o verdadeiro sentido do Círio.
Tudo começou muito humilde com saída da Igreja da Matriz até a Capela de Nossa Senhora de Nazaré, que mesmo sem que, estivesse totalmente pronta, faltando parte do telhado e sem o reboco, mas no primeiro Círio a Santa já tinha a sua Igreja.
É bom lembrar apesar de São Miguel do Guamá ter um dos maiores Círios do Pará, possui uma das menores Igrejas dedicadas a Nossa Senhora de Nazaré.
A cavalaria
 A participação da cavalaria só começou no segundo ano de Círio, onde os fazendeiros ou colonos pagavam suas promessas e enfeitavam seus animais para que ficassem mais bonitos, com o tempo a cavalaria perdeu a tradição e sofreu uma forte pressão para ser excluída do Círio, devido a sujeira que os animais deixavam no trajeto da procissão, o que causou uma grande revolta, pois a cavalaria já faz parte do Círio e não pode ser excluída. Na primeira participação da cavalaria contou com 36 animais
 Romaria fluvial
Acontece hoje pela manhã a Romaria Fluvial pelas águas do Rio Guamá com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré em comemoração ao Círio de número 64 e no seu 16º ano da Romaria, saindo da Localidade do Acarí ás 8 horas e 30 minutos e chegando ao Trapiche Municipal por volta das 10 horas.
Após a Romaria fluvial que termina no trapiche municipal  a Imagem será conduzida em procissão até a Comunidade Nossa Senhora do Rosário na Av. Pio XII, no trajeto muitas homenagens foram realizadas pelo povo Guamaense
A Imagem de Nossa Senhora de Nazaré deve chegar por volta das 11horas e 40 minitos na Comunidade Nossa Senhora do Rosário onde fica até ás 18 horas de onde sai para a o Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro para a Santa Missa e depois sai em Transladação pelas Ruas da Cidade até a Igreja Matriz de onde amanhã Domingo dia 25 saí em procissão o Círio de Nossa Senhora de Nazaré ás 8 horas tendo como destino o largo de Nazaré.
Histórico do círio fluvial
O Círio Fluvial teve inicio no ano de 1994 no Círio 46º esse era um desejo que em Maio do mesmo ano, em uma reunião da diretoria do Círio de Nazaré, o senhor Reinaldo Basto da Silva, coordenador da época manifestou um antigo sonho de realizar o Círio Fluvial, que inicialmente provocou certa preocupação entre os demais membros da diretoria devido a grande responsabilidade a ser assumida em relação à segurança dos fiéis.
Foi esta também uma das maiores preocupações do então Vigário, na época o Padre Paulino Brambilla que apesar de não ter se oposto a ideia, manifestou receio quanto à utilização do transporte marítimo, e preferindo inclusive aguarda a chegada da imagem no cais da cidade.
Na aquele momento, apenas um dos diretores, o senhor Carlos Gondim Filho.  (Pontaria) acatou a ideia colocando-se a inteira disposição, inclusive contatando com pessoas para fazer parte da comissão organizadora do primeiro Círio Fluvial.
A primeira reunião com essa finalidade aconteceu no dia 5 de Junho de 1994, na residência do casal Reinaldo e Wanda, que coordenaram durante treze anos a procissão.
Atualmente, assim como o terrestre a procissão Fluvial do Círio de Nossa Senhora de Nazaré tornou-se tradição em São Miguel Do Guamá, e a cada ano aumenta mais o número de participante, esse ano completam 18 anos de Círio Fluvial.
O tradicional café da manhã
Durante todos os anos de existência do Círio Fluvial se tonou tradicional o café da manhã, onde os fiéis se alimentam antes da procissão. E todos os anos a família Miranda proporciona um maravilhoso café da manhã. E tudo começou através de um desejo do senhor Apolônio Miranda e continua até os dias de hoje.
O barco que transporta a imagem
No início do Círio Fluvial a imagem da santa era transportado no barco do Bacabinha, outro barcos que transportaram a imagem foram os de São Domingos do Capim, da Emater e o Asa Branca de Belém que participou do evento por três ou quatro anos.
O manto 
No último sábado de Novembro, a Igreja Católicade São Miguel do Guamá apresentou para os fiéis e devotos de Nossa Senhora de Nazaré, o manto que a imagem usará no Círio deste ano.
Pela 5º vez consecutiva o estudante de moda Eider, confecciona o manto. Segundo o próprio estilista, foram necessários dois meses para o término de confecção do manto, mais de mil miçangas foram usadas, além do bordado que fica sobre a costa do manto.
A berlinda
Cinco anos após a primeira restauração, a berlinda que carrega a imagem de Nossa Senhora de Nazaré durante a festa do Círio de Belém, desde 1965, em Agosto deste ano recebe novos reparos técnicos. O projeto de restauração inclui sistema de iluminação moderno, pintura adequada e nova cobertura a ouro. Irá resgatar os moldes original  da peça, que é uma réplica da, confeccionada no século XIX e que hoje se encontra no município de São Miguel do Guamá a Berlinda usada no nosso Círio tem um valor histórico e emocional muito grande, a já vista que a Berlinda usada em Belém tem em seus moldes um exemplo da nossa Berlinda.
Durante 14 anos a santa foi conduzida pelos fieis através de um andor e depois em uma Berlinda estilo carro de boi, que era puxado pelos fieis.
Somente no ano de 1962, mas precisamente no dia 14 de Novembro o Padre Ângelo, apoiado pelo deputado Licurgo Peixoto, conseguiu comprar a antiga Berlinda que por vários anos foi usada no Círio de Belém.
A diretoria do Círio de Belém tinha construído uma Berlinda moderna de estilo funcional, e a antiga Berlinda original vinda de Portugal, fabricada em 1907, não foi mais usada, então o Padre Ângelo e o Licurgo Peixoto a compraram pelo valor de 90 mil Cruzeiros.
Mas os Belenenses, porém não gostaram da Berlinda moderna e exigiram a Berlinda antiga de volta.
Mas o vigário de São Miguel do Guamá não aceitou devolver, dando assim aos Guamaenses o orgulho de possuir a Berlinda original proveniente de Portugal.
A corda
Já se encontra nas dependências da “Casa dos Padres” a corda que será usada amanhã na maior festa religiosa Círio, da cidade em São Miguel do Guamá. Segundo informações a corda tem aproximadamente 300 metros de comprimento e que a mesma foi apresenta para os católicos no dia 21 na Quarta-Feira, no dia que também foi apresentado os mantos para os fies.
Assim como ocorre todos os anos, a corda é dividida entre os fies no final da procissão e justo por isso, se faz necessário que todos os anos seja adquirida pela igreja católica, outra corda para a realização do Círio.
O almoço do Círio
Almoço do Círio – Outro grande momento de emoção, nesta festa que é só emoção. Quando termina a procissão do Círio, as famílias Guamaenses, as centenas de milhares de pessoas que lotavam as ruas de São Miguel, voltam às suas casas, para confraternizar em torno de mesas fartas, onde são servidas as mais deliciosas iguarias típicas do nosso estado: É dia de muita festa, de matar as saudades, de rever os parentes e amigos distantes, que chegam a vir de muito longe, até de outros países, só para esse grande reencontro e para saborear um gostoso pato no tucupi, presença obrigatória em todas as mesas no tradicional Almoço do Círio. Pelo auto valor do pato nessa época há quem improvisa preparando uma galinha caipira no tucupi.
Não falta na mesa do Guamaenses a “Maniçoba”, um dos mais condimentados pratos da Amazônia, talvez o mais indígena de todos. Maniva (folha de mandioca-brava), cozida por sete dias, toucinho, pé, orelha e língua de porco salgados, paio, chouriço, lingüiça, charque, entre outros. Até parece uma feijoada, mas trata-se da maniçoba mesmo, e seu preparo dura vários dias. Servida com arroz branco, farinha de mandioca e pimenta-de-cheiro, a maniçoba tem aroma e sabor irresistíveis. Quanto ao tacacá, que nem sempre é servido na ceia do Círio, já recebeu todas as denominações possíveis: saboroso, quente, exótico, picante ardente e muito mais. Além do tucupi, sua preparação leva pimenta-de-cheiro, camarão, goma da tapioca (também derivada da mandioca) e jambu, folha originária da Amazônia, que provoca uma suave dormência nos lábios. As cores e o aroma do tacacá, que só deve ser servido em cuias pretas, pintadas artesanalmente, dão ao prato (alguns preferem chamar de sopa) uma característica única.
Preparação para o Círio une famílias 
Criadas como forma de evangelizar e propor reflexões, as peregrinações também  incentivam as famílias à unidade.
Como fonte de união entre as famílias, às peregrinações de Nossa Senhora de Nazaré nos lares católicos são momentos de reflexão e oração durante a quadra nazarena. As peregrinações começam a ser realizadas em 1972, pelo padre Giovanni Incampo para preparar espiritualmente os devotos para o Círio. "A partir de cada visita de Nossa Senhora as pessoas podem refletir sobre os ensinamentos de Deus e entender cada vez mais a Palavra, despertando e renovando a sua fé",  o momento da peregrinação deve ser aproveitado pelas famílias para se reencontrar, orar e refletir juntas. E pedir  que Nossa Senhora  de Nazaré conduza os encontros e proteja cada lar que visitados. Também peço a união da família e da vizinhança".
Feliz Círio
Agradecer, pedir, prometer, ou simplesmente celebrar. O Círio de Nazaré comove pessoas de todas as idades e classes sociais, que saem às ruas de São Miguel para acompanhar a Virgem de Nazaré. Entre os promesseiros que seguem o trajeto da procissão, há um grande número de estudantes e jovens. Pessoas que vão pedir ou agradecer a aprovação no vestibular estão espalhados por todo o percurso, com maior concentração na corda.
Os pagamentos de promessas também chamam a atenção. Alguns jovens percorrem de joelhos um longo caminho em busca da tão esperada benção de Maria.

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