Amanhã, a Virgem de Nazaré será conduzida pelas ruas de São
Miguel do Guamá, nos braços daqueles que acreditam nas promessas de Cristo. Sob
forte emoção os fieis irão assistir as missa que antecederá o inicio da
procissão. Durante o trajeto a Mãe de Jesus receberá muitas homenagens de seus
filhos. São esperadas Mais de 100 mil pessoas que acompanharão a berlinda com a
imagem de Nossa Senhora de Nazaré pelo percurso de aproximadamente quatro
quilômetros.
Uma das particularidades do Círio em São Miguel é o
fechamento da rodovia Belém-Brasília a BR-010 para que a procissão possa
seguir, uma multidão toma conta da estrada. A devoção a Nossa Senhora de
Nazaré está enraizada na fé de todo o paraense. Em São Miguel espera-se
muito por esse momento.
Após a missa campal e bênção de Nossa Senhora os
organizadores da festa lembram que a festividade ainda não acaba. Segue durante
a semana com o terço da alvorada e as novenas seguidas de missa, com
programação especial, dentre outras atividades.
Cruza
vermelha
A Cruz Vermelha se fará presente em todo o percurso da
procissão para atender os casos mais comuns em grandes aglomerações, exercendo
suas atividades humanitárias livremente.
Círio de São
Miguel do Guamá
O Círio de Nossa Senhora de Nazaré em São Miguel do Guamá, é
a maior festa religiosa do município, um Patrimônio Cultural do Estado do Pará
e é o terceiro maior círio do estado, e teve seu inicio no dia 14 de Novembro
de 1948. Seu fundador foi o Padre Ângelo Maria de Bernad, um padre italiano
muito querido pela população Guamaense, que morou na cidade desde o ano de 1935
até o dia de sua morte, e seu corpo foi enterrado no cemitério São Jorge em São
Miguel do Guamá.
Como surgiu
o círio
O Círio em São Miguel surgiu a partir do descontentamento do
Vigário da Basílica de Nazaré em Belém, seu Padre Afonso de jorjura, que
segundo relatos, alguns abusos vinham surgindo por parte de artistas que vinham
do Sul do pais para o círio de Belém, apenas para ganhar dinheiro com apresentações escandalosas, que começou a
abalar a moral e desviando o verdadeiro sentido do Círio.
Tudo começou muito humilde com saída da Igreja da Matriz até
a Capela de Nossa Senhora de Nazaré, que mesmo sem que, estivesse totalmente
pronta, faltando parte do telhado e sem o reboco, mas no primeiro Círio a Santa
já tinha a sua Igreja.
É bom lembrar apesar de São Miguel do Guamá ter um dos
maiores Círios do Pará, possui uma das menores Igrejas dedicadas a Nossa
Senhora de Nazaré.
A cavalaria
A participação da cavalaria só
começou no segundo ano de Círio, onde os fazendeiros ou colonos pagavam suas
promessas e enfeitavam seus animais para que ficassem mais bonitos, com o tempo
a cavalaria perdeu a tradição e sofreu uma forte pressão para ser excluída do
Círio, devido a sujeira que os animais deixavam no trajeto da procissão, o que
causou uma grande revolta, pois a cavalaria já faz parte do Círio e não pode
ser excluída. Na primeira participação da cavalaria contou com 36 animais
Romaria fluvial
Acontece hoje pela manhã a Romaria Fluvial pelas águas do Rio
Guamá com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré em comemoração ao Círio de número
64 e no seu 16º ano da Romaria, saindo da Localidade do Acarí ás 8 horas e 30
minutos e chegando ao Trapiche Municipal por volta das 10 horas.
Após a Romaria fluvial que termina no trapiche
municipal a Imagem será conduzida em procissão até a Comunidade Nossa
Senhora do Rosário na Av. Pio XII, no trajeto muitas homenagens foram
realizadas pelo povo Guamaense
A Imagem de Nossa Senhora de Nazaré deve chegar por volta das
11horas e 40 minitos na Comunidade Nossa Senhora do Rosário onde fica até ás 18
horas de onde sai para a o Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro para
a Santa Missa e depois sai em Transladação pelas Ruas da Cidade até a Igreja
Matriz de onde amanhã Domingo dia 25 saí em procissão o Círio de Nossa Senhora
de Nazaré ás 8 horas tendo como destino o largo de Nazaré.
Histórico do
círio fluvial
O Círio Fluvial teve inicio no ano de 1994 no Círio 46º esse
era um desejo que em Maio do mesmo ano, em uma reunião da diretoria do Círio de
Nazaré, o senhor Reinaldo Basto da Silva, coordenador da época manifestou um
antigo sonho de realizar o Círio Fluvial, que inicialmente provocou certa
preocupação entre os demais membros da diretoria devido a grande
responsabilidade a ser assumida em relação à segurança dos fiéis.
Foi esta também uma das maiores preocupações do então
Vigário, na época o Padre Paulino Brambilla que apesar de não ter se oposto a
ideia, manifestou receio quanto à utilização do transporte marítimo, e
preferindo inclusive aguarda a chegada da imagem no cais da cidade.
Na aquele momento, apenas um dos diretores, o senhor Carlos
Gondim Filho. (Pontaria) acatou a ideia
colocando-se a inteira disposição, inclusive contatando com pessoas para fazer
parte da comissão organizadora do primeiro Círio Fluvial.
A primeira reunião com essa finalidade aconteceu no dia 5 de
Junho de 1994, na residência do casal Reinaldo e Wanda, que coordenaram durante
treze anos a procissão.
Atualmente, assim como o terrestre
a procissão Fluvial do Círio de Nossa Senhora de Nazaré tornou-se tradição em
São Miguel Do Guamá, e a cada ano aumenta mais o número de participante, esse
ano completam 18 anos de Círio Fluvial.
O
tradicional café da manhã
Durante todos os anos de existência do Círio Fluvial se tonou
tradicional o café da manhã, onde os fiéis se alimentam antes da procissão. E
todos os anos a família Miranda proporciona um maravilhoso café da manhã. E
tudo começou através de um desejo do senhor Apolônio Miranda e continua até os
dias de hoje.
O barco que
transporta a imagem
No início do Círio Fluvial a imagem da santa era transportado
no barco do Bacabinha, outro barcos que transportaram a imagem foram os de São
Domingos do Capim, da Emater e o Asa Branca de Belém que participou do evento
por três ou quatro anos.
O manto
No último sábado de Novembro, a
Igreja Católicade São Miguel do Guamá apresentou para os fiéis e devotos
de Nossa Senhora de Nazaré, o manto que a imagem usará
no Círio deste ano.
Pela 5º vez consecutiva o estudante de
moda Eider, confecciona o manto. Segundo o próprio estilista, foram
necessários dois meses para o término de confecção do manto, mais de
mil miçangas foram usadas, além do bordado que fica sobre a costa do manto.
A berlinda
Cinco anos após a primeira restauração, a berlinda que carrega a
imagem de Nossa Senhora de Nazaré durante a festa do Círio de Belém, desde
1965, em Agosto deste ano recebe novos reparos técnicos. O projeto de
restauração inclui sistema de iluminação moderno,
pintura adequada e nova cobertura a ouro. Irá resgatar os moldes original da peça, que é uma réplica da, confeccionada
no século XIX e que hoje se encontra no município de São Miguel do Guamá a
Berlinda usada no nosso Círio tem um valor histórico e emocional muito grande,
a já vista que a Berlinda usada em Belém tem em seus moldes um exemplo da nossa
Berlinda.
Durante 14 anos a santa foi conduzida pelos fieis através de
um andor e depois em uma Berlinda estilo carro de boi, que era puxado pelos
fieis.
Somente no ano de 1962, mas precisamente no dia 14 de
Novembro o Padre Ângelo, apoiado pelo deputado Licurgo Peixoto, conseguiu
comprar a antiga Berlinda que por vários anos foi usada no Círio de Belém.
A diretoria do Círio de Belém tinha construído uma Berlinda
moderna de estilo funcional, e a antiga Berlinda original vinda de Portugal,
fabricada em 1907, não foi mais usada, então o Padre Ângelo e o Licurgo Peixoto
a compraram pelo valor de 90 mil Cruzeiros.
Mas os Belenenses, porém não gostaram da Berlinda moderna e
exigiram a Berlinda antiga de volta.
Mas o vigário de São Miguel do Guamá não aceitou devolver,
dando assim aos Guamaenses o orgulho de possuir a Berlinda original proveniente
de Portugal.
A corda
Já se encontra nas dependências da “Casa dos Padres” a corda
que será usada amanhã na maior festa religiosa Círio, da cidade em São Miguel
do Guamá. Segundo informações a corda tem aproximadamente 300 metros de
comprimento e que a mesma foi apresenta para os católicos no dia 21 na
Quarta-Feira, no dia que também foi apresentado os mantos para os fies.
Assim como ocorre todos os anos, a corda é dividida entre os
fies no final da procissão e justo por isso, se faz necessário que todos os
anos seja adquirida pela igreja católica, outra corda para a realização do
Círio.
O almoço do
Círio
Almoço do Círio – Outro grande momento de emoção, nesta festa
que é só emoção. Quando termina a procissão do Círio, as famílias Guamaenses,
as centenas de milhares de pessoas que lotavam as ruas de São Miguel, voltam às
suas casas, para confraternizar em torno de mesas fartas, onde são servidas as
mais deliciosas iguarias típicas do nosso estado: É dia de muita festa, de
matar as saudades, de rever os parentes e amigos distantes, que chegam a vir de
muito longe, até de outros países, só para esse grande reencontro e para
saborear um gostoso pato no tucupi, presença obrigatória em todas as mesas no
tradicional Almoço do Círio. Pelo auto valor do pato nessa época há quem
improvisa preparando uma galinha caipira no tucupi.
Não falta na mesa do Guamaenses a “Maniçoba”, um dos mais
condimentados pratos da Amazônia, talvez o mais indígena de todos. Maniva
(folha de mandioca-brava), cozida por sete dias, toucinho, pé, orelha
e língua de porco salgados, paio, chouriço, lingüiça, charque, entre outros.
Até parece uma feijoada, mas trata-se da maniçoba mesmo, e seu preparo dura
vários dias. Servida com arroz branco, farinha de mandioca e pimenta-de-cheiro,
a maniçoba tem aroma e sabor irresistíveis. Quanto ao tacacá, que nem sempre é
servido na ceia do Círio, já recebeu todas as denominações possíveis: saboroso, quente, exótico, picante ardente e muito
mais. Além do tucupi, sua preparação leva pimenta-de-cheiro, camarão, goma da
tapioca (também derivada da mandioca) e jambu, folha originária da Amazônia,
que provoca uma suave dormência nos lábios. As cores e o aroma do tacacá, que
só deve ser servido em cuias pretas, pintadas artesanalmente, dão ao prato
(alguns preferem chamar de sopa) uma característica única.
Preparação
para o Círio une famílias
Criadas como forma de evangelizar e propor reflexões, as
peregrinações também incentivam as famílias à unidade.
Como fonte de união entre as famílias, às peregrinações de
Nossa Senhora de Nazaré nos lares católicos são momentos de reflexão e oração
durante a quadra nazarena. As peregrinações começam a ser realizadas em 1972,
pelo padre Giovanni Incampo para preparar espiritualmente os devotos para o Círio.
"A partir de cada visita de Nossa Senhora as pessoas podem refletir sobre
os ensinamentos de Deus e entender cada vez mais a Palavra, despertando e
renovando a sua fé", o momento da
peregrinação deve ser aproveitado pelas famílias para se reencontrar, orar e
refletir juntas. E pedir que Nossa
Senhora de Nazaré conduza os encontros e proteja cada lar que visitados. Também
peço a união da família e da vizinhança".
Feliz Círio
Agradecer, pedir, prometer, ou simplesmente celebrar. O Círio
de Nazaré comove pessoas de todas as idades e classes sociais, que saem às ruas
de São Miguel para acompanhar a Virgem de Nazaré. Entre os promesseiros que
seguem o trajeto da procissão, há um grande número de estudantes e jovens.
Pessoas que vão pedir ou agradecer a aprovação no vestibular estão espalhados
por todo o percurso, com maior concentração na corda.
Os pagamentos de promessas também chamam a atenção. Alguns
jovens percorrem de joelhos um longo caminho em busca da tão esperada benção de
Maria.
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