O retorno do prefeito do município de Magalhães Barata,
Raimundo Faro Bittencourt (PSDB), à administração municipal após seis meses de
afastamento, por suspeita de improbidade pública administrativa, gerou
descontentamento entre os moradores. Na tarde da última segunda-feira (22),
dezenas de populares, funcionários públicos e estudantes se manifestaram contra
a volta do prefeito, que ocorreu no dia 17 deste mês. A insatisfação é grande
devido às mazelas deixadas pela atual gestão, que está há 12 anos no poder.
Com cartazes e uma faixa preta, a população demonstrava
repúdio pela situação política da cidade, cujo prefeito é suspeito de
envolvimento em diversos crimes. “Não dá para aceitar os desmandos desse
senhor, que tem uma ficha criminal extensa. Queremos que de fato a Justiça
venha se pronunciar em resposta à população que sofre nas mãos de um homem que
só maltrata o povo de várias formas”, desabafou Silva, funcionário público que
prefere se identificar apenas com o sobrenome. Os moradores seguiram em manifestação
da Praça Manoel de Sena, localizada na avenida Cuiarana, até em frente à Câmara
Municipal de Magalhães Barata, no centro da cidade.
IMPROBIDADE
O prefeito Raimundo Faro, 50 anos, também conhecido como
“Bujaru” – por ter nascido no município homônimo –, foi afastado da prefeitura
no dia 17 de fevereiro deste ano, após operações deflagradas pelo Ministério
Público do Estado e Polícia Federal, por meio da Controladoria Geral da União
(CGU), que cumpriu mandados de busca e apreensão para investigar suposta
improbidade administrativa em diversos municípios do Pará. Na época, o titular
da Secretaria Municipal de Saúde, Raimundo Marques, também foi afastado
suspeito de envolvimento no esquema de fraudes de licitações. Mesmo com o
afastamento, Faro já lançou a candidatura à reeleição deste ano.
No dia em que o afastamento de Raimundo Faro completou seis
meses, houve uma invasão no prédio da Secretaria Municipal de Educação. No
registro policial feito pela então secretária de Educação, Silvia Egídia Macedo
Ferreira, ela afirmou que, ao tomar conhecimento da busca pelas chaves do
prédio feita pelo prefeito na casa de parentes dela, foi até a secretaria e se
deparou com pessoas estranhas, que já estavam dentro do prédio após terem
arrombado o cadeado do portão lateral e mexendo nos computadores.
VEREADOR NÃO FAZ COMENTÁRIOS
Por telefone, a reportagem tentou falar com Daniel de
Almeida, presidente da Câmara Municipal de Magalhães Barata, mas ele não quis
comentar o assunto. “Somente com a assessoria jurídica da casa”, disse. O
DIÁRIO também buscou posicionamento da prefeitura, mas não conseguiu.
Fonte: (Michelle Daniel/Diário do Pará)