O feriado prolongado deste fim de semana no município de
Salinópolis foi marcado neste domingo (20) por um acidente ocorrido entre um
quadriciclo e um carro particular, que deixou duas pessoas feridas, sendo uma
delas uma jovem que teve a perna amputada e que continua internada em estado
grave. O caso provocou um debate sobre a qualidade do atendimento de emergência
na região, que se mostrou deficiente.
A jovem vítima do acidente, Paula Gemaque, de 22 anos, teve
ferimentos graves, fratura exposta de tíbia e fíbula direita, com perda de
massa muscular e de pele. Ela foi primeiramente atendida no Hospital Regional
de Salinópolis, e posteriormente encaminhada à um hospital particular e depois
ao Hospital Metropolitano de Urgência, em Ananindeua, onde teve o membro
amputado e continua internada.
Entretanto, segundo um profissional da saúde que acompanhou o
processo de internação de Paula e preferiu não se identificar, houve uma falha
de atendimento logo após o acidente. “Não se pode ter certeza de nada, mas o
que se pode ver no caso dela é que a jovem não recebeu o atendimento adequado
ainda no hospital de Salinópolis. A fratura foi muito extensa, mas não foi
feito nenhum trabalho concreto para estabilizar a condição da paciente”, afirmou.
“Não há garantia de que a perna poderia ter sido salva, mas o estado de saúde
dela seria bem menos grave com o atendimento adequado”.
“Ela também teve lesão vascular, perdeu muito sangue. O ideal
teria sido um rápido atendimento com um ortopedista para estabilizar a vítima e
a transferência direta para o Hospital Metropolitano, que tem capacidade para
atender um caso grave como esse”, completou o profissional.
Segundo publicação do Diário Oficial do Estado, o único
médico ortopedista do local, profissional adequado para tratar traumas físicos,
foi desligado do hospital no começo do mês de abril, mesmo com o município
registrando um grande número de acidentes de trânsito. “Aqui é uma cidade
turística. Então, sempre tem movimento nos finais de semana, gente bebendo. É
bem comum ver acidentes. Fica bem claro que a cidade precisa de um médico
treinado pra atender esse tipo de ocorrência”, afirmou um morador da cidade.
As denúncias contra o Hospital Regional de Salinópolis também
se referem aos recursos do hospital, como falta de medicamentos, equipamentos e
material cirúrgico, que deixa em deficiência o atendimento à acidentados.
O DOL entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde
Pública (Sespa) por e-mail e aguarda posicionamento.
Blog do Odecy Guilherme
(Gustavo Dutra/DOL)