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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

População fica perplexa diante da morte de meninas



A inocência de duas meninas e a crueldade e covardia de um assassino não permitiram que as crianças voltassem mais com vida para casa, desde a manhã da última sexta-feira (21). Pâmela Magalhães tem apenas as lembranças e o último beijo no rosto que a filha, Karoline Victória, de 8 anos, deu antes de ir à padaria. “Ela era muito vaidosa, tinha se arrumado porque íamos para a casa da minha mãe depois do café. Ela ‘tava’ com fome e pediu dinheiro para ir até a padaria que fica próximo de casa”. Mas ela nunca imaginou que os poucos metros se tornariam tão longe, ao ponto de não reconhecer a filha mais velha quando foi encontrada já morta.

O mesmo desespero de Pâmela, foi dividido pela amiga, Maiara Pinheiro, mãe de Ana Clara, de 6 anos, que acompanhou Victória até a padaria naquela manhã. “Eu nunca deixava ela ir sozinha a canto nenhum. Ela sempre me pedia quando ela queria ir. A outra menina chamou ela, mas não me avisou. Só ouvi o portão de casa bater”, relata.

As duas moravam juntas há pouco tempo em um kit-net no bairro do Tenoné. Maiara e Pâmela sentiram falta das crianças depois de 15 minutos. Foi quando a mãe de Ana foi procurá-las. Segundo ela, uma funcionária da padaria confirmou que as meninas chegaram a comprar pão, mas tudo aconteceu quando as meninas retornavam para casa, o que, para a polícia, ainda é um mistério. De acordo com as mães, elas não possuem contato, tampouco amizades com a vizinhança daquele local.

Desesperadamente elas passaram então a procurar as meninas. A angústia foi tomando conta das mulheres a cada hora que passava e sem nenhuma informação a respeito delas. Foram até à delegacia e ao Conselho Tutelar, mas não tiveram sucesso, até que, no início da noite, por volta das 19h30, a polícia foi comunicada sobre um dos corpos abandonados no final do conjunto Helena Coutinho, no mesmo bairro.

O desespero parece ter sido maior quando Maiara e Pâmela encontraram as crianças. Antes era por não saber do paradeiro, agora, diante do corpo, todo esfaqueado, com vários hematomas e escoriações.

A primeira a ser encontrada foi Victória. “Não reconheci a minha filha. Estava toda furada, muito machucada. Vi ela toda encolhida e semi-nua. “As sandálias das meninas estão desaparecidas”, acrescentou.


Poucos minutos depois, Ana Clara foi encontrada em uma ocupação distante, conhecida como Badote. “Ele maltratou muito a minha filha. Ela era tão agitada, tão esperta. Por que fizeram isso com ela? Por quê?”, se questionava Maiara, em cima do caixão e inconsolada.

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